sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Sedução imediata

Quem nunca se sentiu seduzido por  algo? Quem nunca sentiu a respiração mais difícil, os olhos brilharem, o coração acelerar, um certo frio na barriga e as mãos ficarem atrevidas (posso pegar?) quando estamos em frente a um objeto de nosso desejo?
E podem ser muitas coisas, desde um simples palito de fósforo (conheço pessoas que colecionam caixas de fósforo, não me pergunte porque), até aquela Ferrari reluzindo o vermelho paixão numa foto, num filme, o som vibrante dos escapamentos embalando nossos corações e nossos ouvidos.
Outras pessoas são seduzidas pelo intelecto, por pesquisas, por livros - confesso que sinto-me seduzido por livros também - por escrever histórias, contar histórias, por filmes antigos, por autorama...
Enfim, estar seduzido, até pelo fato de ser uma paixão arrebatadora, imediata, sem sentido, sem explicação lógica muitas vezes, pode fazer com que nossa imaginação vá além dos nossos limites. E, quando estamos seduzidos por algo, sem dúvida nosso limite é o que menos importa, principalmente se forem limites financeiros, com as facilidades dos cartões internacionais, crédito fácil, cheque especial.
Confesso, eu sou um homem de paixões; não consigo apenas gostar de alguma coisa, tenho que me apaixonar por aquilo. Tenho que estar apaixonado pelo trabalho, tenho que estar apaixonado pela vida, tenho que estar apaixonado pelo trajeto que faço, tenho que estar apaixonado por determinada roupa; enfim, assim as coisas acontecem comigo. E as paixões são coisas inexplicáveis; aliás, porque deveriam ter algum tipo de explicação? Basta que nos movimentem, que nos tomem por completo, de corpo e alma, que nos satisfaçam, que nos mobilizem, que nos deem sentido (direção).
Sei que escrevo para apaixonados, que sabem exatamente o que é ser arrebatado por alguma coisa, lutar até conseguir aquilo que desejamos, correr atrás, na frente, do lado, por cima e por baixo de algo que nos dá sentido, direção, razão (ainda bem que dizem que a paixão tem razões que a própria razão desconhece).
Não busco razões na minha paixão pelo autorama, apenas me deixo levar; as paixões enobrecem minha alma, meu espírito.

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